Emidio Sanderson (CE)
Emidio Sanderson (CE)

Integrante do Grupo Nacional Cultura Infância, Emidio Sanderson (CE) relembra, o passo a passo, os encontros do grupo e fala de suas ações futuras

“O Fórum é o nosso principal meio de comunicação, espaço de troca de ideias, de experiências e de deliberações coletivas”, explica Emidio Sanderson, do TIC–Festival Internacional de Teatro Infantil do Ceará e um dos autores do Plano Estadual Cultura Infância do Ceará. Participante do Grupo Nacional Cultura Infância, ele relembra, passo a passo, os avanços que o grupo fez, a partir de seus encontros nacionais. “Os dois primeiros foram mais focados nas políticas nacionais e nos diálogos com o Ministério da Cultura (MInC), depois voltamos as atenções para os estados”, explica Emidio.

O primeiro Fórum foi realizado em 2014, no Rio de Janeiro. Antecedeu ao encontro, a redação do documento “Uma Política Pública para a Cultura da Infância”, produzido por um GT de profissionais que atuavam na área, instigado pela aprovação do Plano Nacional de Cultura, de 2012. “Hoje vemos que ele é um tanto imaturo, foi feito antes de discussões mais amplas. No Fórum, houve discussão, debates. E o documento que saiu dele, a partir da escuta de seus participantes, é mais bem fundamentada”, compara, se referindo à “Carta Rio de Cultura Infância”.

Conceito
Um ponto alto do primeiro Fórum foi a definição de cultural infância. “O conceito foi discutido com profundidade. Antes, não se tinha esse refinamento do conceito, de tirar as preposições. Não é a cultura da criança, para a criança, sobre a criança ou com a criança. Sem a preposição, a cultura infância abrange todas as possibilidades da interface cultura e infância. Com isso, ficou mais claro do que queríamos em termos de políticas públicas para a área”, conta Emidio.

Realizado em 2015, o segundo Fórum permitiu ao grupo aprofundar questões e estabelecer reivindicações específicas, que foram apresentadas ao MinC. “Entram as questões de termos um assento no Conselho Nacional de Políticas Culturais; da implementação da lei de exibição de filmes infantis nas escolas (e foi criado um GT no ministério, do qual nosso grupo faz parte); e, sobretudo, a necessidade de uma revisão do Plano Nacional de Cultura. “Ele tem apenas uma meta relacionada à cultura infância, que diz que os planos estaduais devem ter ações para este segmento. É pouco. Queremos ter uma força maior dentro do plano”, explica Emidio Sanderson.

Em sua terceira edição, o Fórum se deteve na realidade dos estados. Discussões e deliberações sobre o plano nacional haviam recebido a maior parte da atenção do grupo nos anos anteriores. O passo seguinte foi investir em debates e ações que levassem a pauta da cultura infância para as unidades da federação. O Plano Estadual de Cultura do Ceará, o primeiro do país, serviu de base para os debates. A proposta era, a partir dali, produzir iniciativas semelhantes em cada estado. “O tempo do Fórum não foi suficiente para tantas discussões, daí a ideia de criar GTs, fechados por eixos. Os debates avançam, para que seja fechado um relatório a ser enviado a todas as secretarias de cultura das unidades da Federação, com sugestões de como podem ser pensadas políticas de estado para a cultura infância”.

Além disso, o grupo está realizando um levantamento amplo para entender a atual situação da Cultura Infância na política cultural de cada Estado e do Distrito Federal. Explica Emidio: “A ideia é termos uma espécie de diagnóstico para traçarmos estratégias de mobilização e implementação de políticas estaduais e distritais de Cultura Infância”.

As proposições e o diagnóstico serão apresentados, no segundo semestre de 2017, na reunião do Fórum de Secretários Estaduais. O evento que acontece no Encontro Mestres do Mundo, em Limoeiro do Norte (CE), em novembro.